Levantamento estatístico realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base em números de 2022 atribui ao Rio Grande do Sul a liderança nacional em quantidade de registros ativos de armas-de-fogo na Polícia Federal (PF) por parte de cidadãos comuns. São 228 mil documentos (mais de 83% do total de 273 mil), ficando o restante em posse de categorias como policiais e caçadores de substistência.
O Estado de São Paulo consta na segunda posição, com 40,4% dos artefatos em mãos de cidadãos comuns, apesar de abrigar o sexto maior contingente populacional do País. São 145,3 mil itens com papelada válida pelos paulistas – eles ganham em número absoluto (359,1 mil) mas perdem na proporção avaliada pelo ranking.
As razões pelas quais o Rio Grande do Sul aparece na primeira posição da lista não é detalhada pelo relatório, que se limita a expor números e percentuais.
Para se ter uma ideia dessa proporção, os índices dos dois Estados mostram que gaúchos e paulistas reúnem boa parte de todos os registros de armas-de-fogo de todo o Brasil. Na prática, isso significa que para cada 100 revólveres, postolas, espingardas e outros itens regularizados no País, 28 estão no Rio Grande do Sul ou em São Paulo.
Dados oficiais também indicam a existência de pelo menos 135,5 mil unidades com registro expirado, o que representa a segunda maior quantidade dentre os Estados – nesse quesito é São Paulo que está no topo.
Outra informação é a de que cerca de 11,1 mil armas foram apreendidas no ano passado 2022, volume que supera em mais dse 14% o registrado no ano anterior. Além disso, os gaúchos foram responsáveis durante o período pela vice-liderança em ocorrências envolvendo posse ilegal de armas-de-fogo: foram quase 2 mil, sétimo maior resultado estadual de 2022 por esse critério.
Exceções
A estatística não quantifica os chamados CAC (colecionadores, atiradores e caçadores). Sabe-se, entretanto, que eles cresceram consideravelmente durante os últimos amos, abrangendo atualmente 783.385 registros para uma categoria autorizada a manter números maiores de artefatos de uso permitido ou mesmo restrito.
O atual governo federal tenta reverter os limites, afrouxados durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), um entusiasta declarado das armas-de-fogo – sobretudo como instrumento de proteção pessoal, inspirado em modelos como o norte-americano.