Não passa de montagem um vídeo que tem circulado nas redes sociais e aplicativos de mensagens como o whatsapp, mostrando uma cena na qual a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni “se nega a abraçar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva” na reunião do G7. Junto com a cena aparece um texto dizendo que a recusa foi motivada pelo fato de a governante “não gostar nenhum pouco de comunistas”.
Checagens realizadas por especialistas confirmaram o que os mais antenados já haviam deduzido: trata-se de mais uma fake news a utilizar edição maliciosa de imagens. O registro completo da recepção dos chefes de Estado na reunião mostra que os dois líderes se abraçaram sem qualquer problema (aos 18 minutos e 20 segundos de transmissão pelo canal do G7 na Itália).
A reunião de cúpula foi realizada entre os dias 13 e 15 de junho. Detalhe: embora o Brasil não integre a lista de países-membros do grupo, o presidente brasileiro foi convidado a participar pela própria primeira-ministra da Itália, país anfitrião desta edição do evento.
Essa foi a oitava participação de Lula como presidente convidado na Cúpula. Durante o evento da semana passada, Lula também realizou encontros bilaterais com o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente indiano Narendra Modi e o papa Francisco.
Abreviação de “Grupo dos Sete”, o G7 é composto por países líderes no ranking global de industrialização. Na lista constam Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Japão e, é claro, Itália. Seus membros se reúnem uma vez por ano para discutir questões importantes do cenário mundial e coordenar iniciativas nas esferas econômica, política e social, dentre outras.
Fake news anterior
A montagem em questão não foi a única a ter como alvo a participação de Lula na edição deste ano do G7. Também circula uma mensagem de vídeo, texto e foto, segundo a qual ele tentou entrar de “penetra” na foro oficial dos dos chefes-de-Estado durante o evento do G-7 mas foi impedido por um segurança.
Os incautos foram enganados mais uma vez: o homem que aparece interagindo com Lula não era um segurança e sim o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga. Fotos e vídeo mostram que ele estava, na verdade, indicando ao líder brasileiro onde se posicionar para o “clique”.