A Polícia Civil, por meio da 1ª e 3ª Delegacias de Investigação do Narcotráfico (DIN) do Denarc, deflagrou na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Senhores do Altomonte.
Foram cerca de 60 indivíduos presos em cumprimento a mandados de prisão preventiva e temporária. Dez mandados de busca foram cumpridos no interior de três casas prisionais. Também, foram realizadas medidas cautelares de sequestros de bens, bloqueios de contas bancárias e quebras de sigilo fiscal e bancário. Seis veículos, quatro armas de fogo e dinheiro em espécie foram recolhidos.
Foram cumpridas 107 ordens judiciais de busca e apreensão nas cidades de Encruzilhada do Sul, Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Sapucaia do Sul, Arroio dos Ratos, Eldorado do Sul, Alvorada, Viamão, Gravataí, Novo Hamburgo, Taquara, Caxias do Sul, Veranópolis, Santa Rosa, Canela e Lajeado e, inclusive, fora do estado, nas cidades de Florianópolis-SC e Ponta Porã-MS.
A investigação apurou, em cerca de um ano e meio, que criminosos pretendiam criar uma nova facção, com nome inédito e estatuto próprio. O objetivo era aumentar o lucro oriundo do tráfico de drogas e desviar o foco das autoridades das lideranças já identificadas.
A nova organização criminosa teria seu próprio estatuto, o qual previa, inclusive, um tribunal do crime, e pretendia reunir facções menores e dividir as áreas territoriais de Porto Alegre.
Constatou-se que os criminosos atuantes na Vila Cruzeiro e na Vila Jardim ostentavam poderio bélico e promoviam o comércio ilegal de armas de fogo, cujo valor variava de R$ 3 mil R$ 100 mil. Os armamentos seriam utilizados na guerra entre organizações rivais instaladas em Porto Alegre e região metropolitana e na prática de crimes patrimoniais.
O grupo criminoso em questão seria responsável por coordenar grande esquema de comércio ilegal de armas de fogo do Rio Grande do Sul, introduzindo armamentos de grosso calibre no estado, como fuzis e metralhadoras, por meio da importação ilegal de países vizinhos.
Os trabalhos investigativos apuraram que, mesmo de dentro dos presídios, os líderes desta organização criminosa continuam a comandar o tráfico de drogas e o comércio de armas de fogo em suas comunidades. Conforme apurado, apenas com a venda de cocaína o grupo faturou o valor de R$ 50 milhões no período de um ano.
A operação contou com suporte operacional de 550 policiais civis em 250 viaturas e apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).