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imagens mostram momento em que professor temporário quebra braço de aluno autista em escola do DF

Renato Caldas Paranã, que também é policial militar, aparece nas imagens aplicando uma chave de braço no aluno. Ele pode responder por lesão corporal culposa, onde não há a intenção de machucar a vítima

Publicada em 20/11/2023 as 07:22h por Por Fantástico
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 (Foto: Reprodução)

Um incidente grave revoltou a família de um adolescente com autismo no Distrito Federal.

 

No último dia 7 de novembro, em uma escola em Guará, no Distrito federal, um professor temporário, Renato Caldas Paranã, que também é policial Militar, quebrou o braço de um aluno de 15 anos, autista, que estava em surto. Imagens mostram que Paranã aplicou uma chave de braço no aluno, que não queria entrar em uma aula.

 

“O Fábio é muito sensível. Ele é grande, né? Ele é forte, mas ele é muito sensível. A gente sempre cuidou do Fábio para ele não se machucar. Autista é sempre mais difícil levar para médico. Ele é não verbal, autista grave. Mas é controlado por medicamento”, afirma Angélica Rêgo Soriano, mãe de Fábio.

 

“Meu filho chorando daquele jeito, meu filho gritando, sendo contido daquele jeito, na maca, todo amarrado. E eu não tiro da minha cabeça", conta.

 

“Era mais ou menos umas 8h da manhã e a professora ligou falando que o Fábio tinha se acidentado. Como eu escutei a voz dele chorando muito do outro lado, eu disse que iria. Ela falou ‘venha o mais rápido possível’”, afirma a mãe.

 

No hospital, foi constatado que o braço de Fábio estava quebrado em duas partes. Ele passou por cirurgia para colocação de pinos de titânio e depois de 3 dias recebeu alta. Foi só aí, já com o garoto em casa, que a família viu as imagens que mostram o que aconteceu.

 

Nas imagens, Fábio aparece de camisa clara, sendo acompanhado por um monitor do centro de ensino. A família contou que, segundo relato da vice-diretora, Fábio neste momento estava agitado e não queria entrar na sala de aula.

 

O monitor - que já conhece e convive regularmente com Fábio - pega o menino pelo braço, mas ele resiste e se solta. Uma funcionária conversa com o monitor, se afasta e vai para dentro da escola.

 

Quase um minuto depois que a primeira funcionária sai, outra chega acompanhada por um homem vestido de preto. Ele é Renato Caldas Paranã, um professor temporário. Cerca de 30 segundos depois, Renato e Fábio voltam a aparecer no vídeo. Nesse momento, Renato já segura o braço de Fábio contra as costas do aluno.

 

Ele tenta se soltar e, enquanto Renato ainda segura seu braço, Fábio cai sentado no chão. Quando o aluno cai, o professor parece perceber a gravidade da situação e leva as mãos à cabeça.

 

A família, com o auxílio de um advogado, procurou a Polícia Civil.

 

O professor foi afastado. A polícia diz que ele pode responder por lesão corporal culposa, onde não há a intenção de machucar a vítima. Por nota, a defesa do professor afirmou que irá aguardar as investigações e que ratifica que a intenção de Renato não era causar nenhuma lesão ao aluno, somente contê-lo.

 

 

 

 

Contenção

 

O psiquiatra Fábio Barbirato, com experiência no tratamento de crianças e adolescentes, afirma que, para conter pessoas com transtornos como o do Fábio, o profissional precisa ter treinamento especializado.

 

“A criança com quadro de autismo ou qualquer outro transtorno psiquiátrico, quando está mais agitada, mais nervosa, ela pode acabar se machucando. Então, você tem que contê-la. Essa contenção tem que ser feita por pessoas que tem um treinamento adequado para não machucá-la. Contenção não é machucar. Essa é uma forma de você evitar que a pessoa se machuque e machuque outras pessoas”, explica o psiquiatra.

 

A escola do governo do Distrito Federal onde Fábio estuda é exclusiva para alunos com necessidades especiais. Mas a Secretária de Educação admite que os profissionais do quadro atual não têm treinamento diferenciado.

 

"Falhamos. E quando a gente falha a gente corrige o rumo que deve dar. E agora nós incluímos a obrigatoriedade da formação dos profissionais e professores que vão entrar na rede agora", afirma Hélvia paranaguá, secretária de Educação do Distrito Federal.

 




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