Submetido a júri popular na cidade de Cachoeirinha (Região Metropolitana de Porto Alegre), um líder de organização criminosa recebeu na quinta-feira (11) uma sentença de 13 anos e meio de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e ocultação do cadáver, em 2017. A vítima foi a modelo Nicolle Brito Castilhos da Silva, 20 anos, em crime motivado por desentendimento entre duas facções.
Conforme denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), a jovem foi sequestrada e torturada antes de sua execução. O corpo jamais foi encontrado – a investigação encontrou, porém, indícios de esquartejamento.
Nicolle teria sido assassinada porque seus algozes acreditavam que ela revelou o endereço de um deles a integrantes de grupo rival. Essa suposta traição teria resultado na morte do criminoso e de sua companheira em Gravataí.
Em 2020, um acordo de deleção premiada por um indivíduo envolvido no caso permitiu a identificação de outros cinco também responsáveis. O grupo deve ser julgado em outro momento.
Sessão
Durante a sessão dessa quinta, os promotores de Justiça Thomaz De La Rosa e Francisco Saldanha Lauenstein ressaltaram como agravantes do crime o motivo torpe e a dissimulação. O réu estava preso no dia do crime, mas foi considerado culpado de ordenar a execução da modelo, após ser instigado por sua então namorada – que acabou absolvida no julgamento.
O MP-RS já confirmou que recorrerá da decisão. Além de condenação da mulher que incentivou o assassinato de jovem, os promotores de Justiça querem uma pena maior para líder de facção.
Por fim, os encarregados da acusação alertaram para o risco a que algumas pessoas correm ao se envolverem com criminosos, mesmo que não participem de suas atividades. Foi o que ocorreu com a modelo.