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Armamento de guerra, troca de tiros de 10 minutos e 5 feridos: o que se sabe sobre o ataque a carro-forte no interior de SP

Crime aconteceu na noite de segunda-feira (9) e deixou 5 pessoas feridas. Houve troca de tiros e bandidos explodiram veículo, mas não conseguiram levar nenhum valor

Publicada em 11/09/2024 as 06:38h por Por Flávia Santucci, g1 Ribeirão Preto e Franca
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 (Foto: Reprodução)

A tentativa de assalto a um carro-forte da Protege, especializada em logística de valores, na noite de segunda-feira (9) chamou a atenção da polícia por conta do armamento utilizado pelos criminosos.

 

A ação quase cinematográfica teve a participação de pelo menos 16 criminosos, que abordaram o carro-forte em posse de uma carga intensa de explosivos e fuzis capazes de 'rasgar vidros blindados', de acordo com o delegado Gabriel Fernando Tomaz da Silva, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Franca (SP). 

 

A empresa não divulgou a quantia que o veículo transportava, mas informou que os suspeitos não conseguiram levar nada, uma vez que o dinheiro pegou fogo quando eles tentaram abrir o cofre.

 

A ação aconteceu por volta das 19h, na altura do km 384 da Rodovia Candido Portinari (SP-334), que liga Batatais (SP) a Restinga (SP).

 

Os suspeitos foram perseguidos em pelo menos três rodovias que cortam a região. Houve troca de tiros e cinco pessoas ficaram feridas: três funcionários da Protege, um policial do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e um funcionário de uma usina a bordo de uma caminhonete que passava por uma estrada no mesmo momento que os criminosos.

 

 

 

 

 

 

Qual era o trajeto do carro-forte da Protege?

 

De acordo com o boletim de ocorrência registrado sobre o caso, o carro-forte recolheu dinheiro em alguns pontos de Restinga e seguiu com destino a Ribeirão Preto (SP). Nem os valores e nem os locais pelos quais o carro-forte passou foram divulgados.

 

 

 

 

 

 

Como o veículo foi abordado pelos bandidos?

 

Pouco antes das 19h, dois criminosos armados e encapuzados abordaram o motorista de um caminhão carregado de querosene na altura do km 384 da Rodovia Candido Portinari (SP-334).

 

À polícia, a testemunha revelou que os suspeitos chegaram atirando para o alto e a obrigou a manobrar o veículo para que ele ficasse posicionado atravessado na pista, impedindo o fluxo de outros carros. O motorista foi liberado pelos criminosos, mas o caminhão ficou no local.

 

Quando o carro-forte se aproximou do trecho, uma caminhonete que estava com o farol alto emparelhou com o veículo da Protege e os ocupantes começaram a atirar. Pelo menos 16 suspeitos estão envolvidos no crime.

 

Os criminosos utilizaram explosivos contra o carro-forte para tentar abrir os cofres. O veículo pegou fogo, mas os funcionários conseguiram sair. Houve troca de tiros e três vigilantes ficaram feridos. O motorista não sofreu ferimentos.

 

 

 

 

 

 

Veículo da Protege pegou fogo em rodovia na região de Franca, SP — Foto: Redes sociais

Veículo da Protege pegou fogo em rodovia na região de Franca, SP — Foto: Redes sociais

 

 

 

 

 

 

O que foi levado?

 

De acordo com o boletim de ocorrência, nenhum valor foi levado pelos criminosos. Isso porque os explosivos utilizados para abrir o cofre do carro-forte acabaram por queimar o dinheiro que estava lá dentro.

 

"A explosão deu errado e os cofres não conseguiram ser abertos. O dinheiro ficou todo lá dentro e foi praticamente derretido", disse o delegado Gabriel Fernando.

 

 

 

 

 

 

Parte do dinheiro foi queimada durante ataque a carro-forte na Rodovia Candido Portinari — Foto: Redes sociais

Parte do dinheiro foi queimada durante ataque a carro-forte na Rodovia Candido Portinari — Foto: Redes sociais

 

 

 

 

 

 

O que foi deixado?

 

Os bandidos deixaram para trás um arsenal de cartuchos de bala. Quatro revólveres calibre 38, duas espingardas calibre 12 e três carregadores, armas dos vigilantes da Protege, também foram encontrados e apreendidos pela polícia, já queimados.

 

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, no local da abordagem ao carro-forte, na altura do km 384 da Rodovia Candido Portinari, também foram encontradas dezenas de estojos de munições calibre .50, e calibres aparentando ser 5.56 e 7.62. A suspeita é de que a munição era de uso dos criminosos.

 

"A gente recolheu bastante munição no local com a perícia. Notadamente, de fuzil 5.56, 7.62 e calibre .50, armamento considerado de guerra. A calibre .50, por exemplo, tem o poder de rasgar a blindagem como se fosse papel", explicou o delegado.

 

 

 

 

 

 

Alguém foi preso?

 

Até a publicação desta reportagem, ninguém tinha sido preso. Os suspeitos conseguiram fugir depois que viram que o cofre da empresa não foi aberto.

 

Houve perseguição por diversas rodovias na região de Franca e Ribeirão Preto e os criminosos chegaram a usar um giroflex para enganar os policiais durante a fuga.

 

Segundo o boletim de ocorrência, dois PMs tomaram conhecimento da tentativa de assalto via rádio e se deslocaram até a Estrada do Leite, entre Patrocínio Paulista e Batatais, acreditando que podia ser local de fuga. Eles tiveram apoio de viaturas de Itirapuã e Patrocínio Paulista.

 

Ocupantes de três caminhonetes que estavam na via passaram a atirar contra as viaturas e alguns disparos atingiram a lateral direita de um veículo da PM, além de para-brisas, bancos dianteiros e traseiros e vidro traseiro.

 

Também houve troca de tiros em um trecho da Rodovia Abrão Assed (SP-333), na altura de Serra Azul (SP). Um policial foi ferido na perna.

 

 

 

 

 

 

Quem são as vítimas?

 

Além dos três funcionários da Protege e do policial baleado, os bandidos também atingiram o funcionário de uma usina que fica na Estrada do Leite.

 

Ainda segundo o boletim de ocorrência, Philip Esteves Santos, de 34 anos, e Mario Eurípedes Dos Santos, de 38, funcionários de uma subestação de energia em Ibiraci (MG), voltavam de Altinópolis (SP) depois de um dia de trabalho quando Philip, que conduzia a caminhonete da empresa, avistou um veículo se aproximando com o farol alto.

 

Os dois ocupantes ouviram tiros e, na sequência, Philip notou que o colega de trabalho foi atingido na perna por um dos disparos. O veículo também foi acertado.

 

Mario foi encaminhado à Santa Casa de Patrocínio Paulista, mas, por conta da gravidade dos ferimentos, teve de ser transferido para um hospital particular em Franca.

 

Vigilantes da empresa de valores: três pessoas que trabalhavam no carro-forte da Protege e que foram atingidas por estilhaços da troca de tiros com os criminosos foram levadas para um hospital particular em Franca. A assessoria de imprensa pediu sigilo dos nomes dos envolvidos.

 

 

 

 

 

 

São eles:

 

Um vigilante de 45 anos. Ele teve ferimentos leves no rosto e na testa e foi liberado durante a madrugada.

 

Um vigilante de 52 anos. Ele teve ferimentos no braço direito e no rosto e segue internado.

 

Um vigilante de 36 anos. Ele teve ferimentos no braço esquerdo, perna esquerda, abdomen, costas e peito e também segue internado.

 

Funcionário de usina: Mario Eurípedes dos Santos, de 38 anos, foi baleado por um dos criminosos que fugiam da polícia enquanto passavam pela Estrada do Leite, na região de Altinópolis (SP). Ele corre o risco de ter uma das pernas amputadas.

 

Policial militar: Um agente do Baep foi baleado na perna durante uma troca de tiros com suspeitos na Rodovia Abrão Assed (SP-333), na altura de Serra Azul (SP). Wilson Orestes Junior, de 42 anos, foi internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e não corre risco de morte.




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