O casal de influenciadores digitais Gladison Pieri e Pâmela Pavão foi preso, nesta quarta-feira (4), por descumprimento de ordem judicial, conforme a Polícia Civil. A prisão preventiva aconteceu em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre.
A defesa do casal informa que "ficou surpresa com a decretação da prisão, tendo em vista que já havia promoção de arquivamento parcial de alguns delitos e possiblidade de acordo".
Segundo a apuração policial, o casal vinha desrespeitando decisões judiciais desde a deflagração da operação, em 2024. Eles chegaram a ser presos anteriormente, durante investigação policial, que descobriu que a dupla sorteava casas, apartamentos, motocicletas, motos aquáticas, dinheiro, carros e procedimentos estéticos por meio de rifas na Internet, o que é ilegal.
Os dois respondem pelos crimes de exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Entenda abaixo.
A polícia afirma que os investigados teriam continuado promovendo rifas e sorteios por meio de um "perfil de laranja" nas redes sociais. Identificado durante investigação, um perfil de um amigo do casal estaria na titularidade de Gladison Pierri.
A palavra "laranja", sozinha, pode ser empregada para definir alguém que assume uma função ou responsabilidade no papel, mas não na prática. Isso significa dizer que o laranja cede seu nome, com ou sem consentimento, para uso de outra pessoa. O termo, nesses casos, aparece geralmente em investigações policiais sobre fraudes.
Acordo para não ser processado
O casal aceitou fazer um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público (MP) para não ser processado.
O ANPP é um acordo entre o MP e uma pessoa investigada para evitar o processo judicial: uma alternativa ao processo penal tradicional que é aplicada em casos de crimes menos graves, quando "não houve violência ou grave ameaça" e a pena é inferior a quatro anos de prisão.
O acordo é celebrado antes do início da ação penal e só passa a valer após avaliação de um juiz.