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Bebê entra em coma após suposto erro na dosagem de medicamento em hospital de Porto Alegre; instituição investiga

Criança internada após duas cirurgias teria recebido dose 10 vezes superior ao prescrito, segundo documentos obtidos pela reportagem. Família registrou boletim de ocorrência e hospital afirma que apura o ocorrido.

Publicada em 04/06/2025 as 05:58h por Por Ana Capellari, RBS TV
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 (Foto: Reprodução)

Um bebê de 1 ano está em coma no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) após ter supostamente recebido uma dosagem de metadona 10 vezes superior à prescrita pela equipe médica. O caso aconteceu no início de maio e foi registrado pela família na Polícia Civil. O hospital instaurou apuração interna. 

 

 

De acordo com a família, o bebê estava internado para a realização de duas cirurgias devido a problemas no sistema digestivo. A família não será identificada, para preservar a criança.

 

 

A equipe de reportagem teve acesso ao prontuário médico da criança, que mostra que, em 7 de maio, dois dias após as operações, pela manhã, houve a prescrição de metadona 0,1 mg de seis em seis horas.

 

 

Ainda no mesmo dia, a dose do medicamento aumentou para 0,8 mg. Naquela noite, por volta das 23h15, a mãe do bebê notou que ele estava “roxo” e sem respirar. Teriam sido 8 minutos até reanimarem. Logo após, o menino foi entubado.

 

 

“Eu estava olhando para ele, estava sentindo uma coisa estranha. Até que ele virou de bruços, com a cara reta no travesseiro. Achei estranho e quando virei já vi o braço mole”, afirma a mãe, que tem 19 anos.

 

 

No dia seguinte, a equipe verificou que o bebê teria sido submetido a uma dosagem 10 vezes superior ao que estava programado.

 

 

Desde então, o menino está em coma. No prontuário, a metadona é citada como causa provável de parada cardiorespiratória em múltiplas evoluções médicas e neurológicas.

 

 

“Todos os dias têm sido difíceis, não é uma coisa que a gente espera acontecer. Agora, temos de estar, eu e minha família, esperando, sem saber o dia que ele vai acordar. Isso nos causa ansiedade, medo, mas tenho fé em Deus”, conta a mãe.

 

 

Antes dessas cirurgias, ele já havia realizado outros seis procedimentos, todos no Hospital de Clínicas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prejuízo na função cerebral

 

 

A família levou o caso até a ouvidoria da instituição. Em reunião com os familiares, a equipe médica admitiu que há um prejuízo na função cerebral dele em decorrência do uso do medicamento, segundo relato da mãe.

 

 

Em nota, o HCPA afirma que o caso “está sendo apurado com profundidade dentro dos fluxos institucionais”. “Desde o primeiro momento, o Clínicas vem mantendo sucessivos e transparentes contatos com a família”. O hospital confirma que há profissionais que foram afastados após o caso, mas não detalha quem nem quantos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que diz o HCPA

 

 

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre confirma que ocorreu um evento grave durante o atendimento de uma criança internada na instituição, provavelmente relacionado à administração de medicação analgésica no cuidado pós-operatório. Desde o primeiro momento, o Clínicas vem mantendo sucessivos e transparentes contatos com a família e lamenta profundamente o ocorrido. Temos prestado acompanhamento integral ao paciente, à família e às equipes assistenciais, oferecendo atendimento multidisciplinar com suporte médico, psicológico e de outras áreas.

 

 

O caso está sendo apurado com profundidade dentro dos fluxos institucionais, para se entender a cadeia de eventos, com foco na melhoria contínua de processos e protocolos. O hospital reforça seu compromisso com a segurança e com a qualidade da assistência prestada na instituição e informa que, com a análise deste fato, já estão sendo adotadas medidas preventivas e corretivas.




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