A chuva que atingiu uma área de risco no interior de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, fez com que 11 pessoas precisassem ser resgatadas pelos bombeiros na quarta-feira (18). As imagens de crianças sendo transportadas por uma ponte de madeira sobre o Arroio Pinhal marcaram a ação.
Mas a necessidade de sair de casa por causa da subida da água não é inédita para os moradores de Vila Cristina: segundo o morador Roque Lírio Gonçalves, de 42 anos, que é cego, as pessoas ainda se recuperavam da tragédia do ano passado quando precisaram novamente lidar com alagamentos.
"A gente ainda está tentando se reerguer da última enchente, que deu do ano passado, e tivemos que sair de novo. Deu bastante medo, pânico, mas com a equipe ali deu total segurança para atravessar o arroio", explicou Gonçalves à reportagem na sexta-feira (20).
As pessoas resgatadas foram encaminhadas a um abrigo de Caxias do Sul, onde esperam pela liberação para voltar para casa.
"Não tem explicação o que a gente passa. Estamos prevendo voltar, se conseguir a liberação da Defesa Civil, mas olha esse tempo como está. Chuva, chuva e não para. A situação ali é precária, não tem explicação a força da água", diz Leonildo da Silva Gonçalves, de 57 anos, também resgatado do local.
O resgate
Onze moradores, entre eles três crianças, precisaram ser resgatados pelos bombeiros na tarde de quarta-feira na Vila Cristina, no interior de Caxias do Sul. De acordo com os bombeiros, a chuva causou a cheia do Arroio Pinhal, que corta o local. O nível da água colocou em risco uma ponte de madeira, que serve como única forma de acessar ou sair do local onde moram 15 famílias.
Todos foram resgatados de forma individual, acompanhados por um bombeiro militar e com uso de equipes de salvamento, como cordas. Ninguém se feriu durante o atendimento.
Segundo o tenente Armando da Silva, coordenador da Defesa Civil, o restante dos moradores não quis deixar suas casas.
Entre as 8h de terça-feira (17) e as 13h de quarta-feira, choveu 130,6 mm em Caxias do Sul, quase o total esperado para o mês de junho, quando a média histórica é de 144 mm.