Após um indivíduo ser picado por escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) em plena rua no Centro Histórico de Porto Alegre, a prefeitura emitiu alerta para a presença do animal em áreas urbanas da cidade. O indivíduo foi atendido no Hospital de Pronto-Socorro e passa “evolui de forma satisfatória”, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Esse tipo de ataque oferece risco de óbito, sobretudo para crianças, idosos e pessoas com comorbidades. A Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) não informou, entretanto, o perfil do envolvido ou a rua onde ocorreu o incidente, limitando-se a informar que caso foi registrado no último domingo (15).
Após a notificação do acidente, uma equipe de fiscalização ambiental da SMS realizou visitas à área central da Capital gaúcha. O objetivo foi verificar outras eventuais ocorrências e orientar a população sobre os procedimentos recomendados quando o artrópode peçonhento for avistado ou protagonizar ataque.
Desde o início do ano, já foram notificadas 24 visualizações de escorpião-amarelo na cidade, no Centro Histórico e também nos bairros Menino Deus, Partenon, Santana, Passo D’Areia, Jardim Carvalho, São Geraldo e Anchieta – este último teve dois registros de picada. Os números já se aproximam da estatística de 2020, que teve 18 visualizações e quatro incidentes.
“Em regiões onde há confirmação da presença ou circulação de escorpião-amarelos, a atenção deve ser redobrada”, ressalta o texto divulgado pela prefeitura, que acrescenta as seguintes recomendações:
– Manter os ambientes sem entulhos ou lixo;
– Fechar frestas em paredes, móveis e rodapés;
– Limpar ralos, pátios e cozinhas;
– Utilizar telas nas aberturas dos ralos;
– Manter camas e berços afastados da parede;
– Evitar que lençóis toquem o chão;
– Verificar o interior de calçados, toalhas e roupas antes de usá-los;
– Utilizar luvas grossas e sapatos fechados para manuseio de entulhos e atividades de limpeza em geral;
– Fazer a separação e destinação adequadas do lixo, pois os escorpiões têm as baratas como principal alimento.
Características
O escorpião-amarelo adulto tem em torno de 7 centímetros. Não há machos, apenas fêmeas que costumam viver em locais frescos e escuros, como frestas de paredes e pisos, restos de materiais de construção e demolição, ralos, esgotos, encanamentos e caixas de hortaliças.
Dentro de casa, podem se alojar em calçados, cortinas e roupas de cama. As fêmeas não costumam atacar, mas se defendem quando se consideram ameaçadas.
A picada causa dor muito intensa, inicialmente no local e, depois, em todo o corpo. Pode ocorrer náusea, vômito e aumento de produção de saliva (sialorreia) e do número de batimentos cardíacos (taquicardia).
O local da picada deve ser lavado com água e sabão e a pessoa picada deve ser levada imediatamente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), a fim de evitar o agravamento do quadro clínico e até mesmo a morte – especialmente quando a vítima é criança.
Localizada no bairro Bom Fim, trata-se da única instituição de Porto Alegre que dispõe do antidoto necessário para esse tipo de veneno.
Quem encontra um escorpião-amarelo não deve eliminá-lo, a fim de evitar acidentes. Acione o telefone municipal 156 e informe endereço completo, nome e telefone para contato. A notificação também pode ser feita pela internet, no endereço 156web.procempa.com.br (opção “Saúde- SMS-Escorpionismo”).