A Polícia Civil concluiu que um homem de 30 anos, que não teve a identidade divulgada, foi o responsável por assassinar os tios em Ijuí, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. O crime aconteceu em setembro, mas os corpos de Ademir dos Santos Silva, de 43 anos, e Rosângela Prater Antonello, de 55, só foram encontrados mais de um mês depois pela polícia.
O corpo de Ademir estava enterrado e concretado no pátio da casa onde vivia com a esposa. O de Rosângela, trancado em um banheiro que havia sido selado com cola.
De acordo com o delegado Antônio Soares, responsável pela investigação, Ademir e Rosângela foram espancados com uma barra de ferro após um churrasco em 7 de setembro, feriado nacional do Dia da Independência. Os dois estariam dormindo quando foram atacados. Após, os corpos foram escondidos. A motivação teria sido dinheiro.
"Ele [o sobrinho] queria se apropriar dos bens, vender automóvel, bicicleta, solicitar empréstimos e pegar dinheiro. Após esse dia, ele começou a se passar pelas vítimas nas redes sociais, WhatsApp, pedindo dinheiro, de que supostamente estariam em Passo Fundo em tratamento para câncer. Com o dinheiro das vítimas, comprou drogas para utilizar na residência", diz o delegado.
O delegado conta que os corpos foram descobertos em 9 de outubro após denúncias de vizinhos, que suspeitaram da presença do caseiro no imóvel e da ausência do casal. A Brigada Militar (BM) foi ao local e encontrou o homem, que disse que estava cuidando do imóvel como caseiro enquanto a moradora fazia o tratamento de saúde.
O marido dela estaria junto, como acompanhante. Os policiais decidiram checar o banheiro ao perceber que a porta que dava acesso ao cômodo estava trancada com parafusos e que havia silicone nas frestas. Dentro, encontraram o corpo de Rosângela.
O caseiro foi detido e levado até a delegacia de polícia, onde foi interrogado. Ele foi liberado após, pois, segundo a Polícia Civil, não houve prisão em flagrante e porque não havia provas que comprovassem o envolvimento dele com o crime.
Como o marido de Rosângela, Ademir, também estava desaparecido, a polícia começou a fazer buscas por ele, o que levou à descoberta do corpo enterrado e concretado no pátio da casa.
Diante da nova situação, o caseiro foi preso preventivamente. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas), ocultação de cadáver, estelionato e furto qualificado (fraude).