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Detento apontado como mandante de execução a tiros dentro de presídio é transferido para fora do RS

Segundo a Polícia Penal, operação já estava prevista antes do crime

Publicada em 29/11/2024 as 06:44h por Redação O Sul
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 (Foto: Arquivo/Policia Penal-RS)

Em mais um capítulo da repercussão gerada pelo assassinato de um detento a tiros dentro da Penitenciária Estadual de Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre), o também presidiário apontado como mandante dos disparos foi transferido para uma instituição federal fora do Rio Grande do Sul. A operação – sigilosa – foi realizada na quinta-feira (28) por agentes da Polícia Penal, com apoio da Brigada Militar e Polícia Civil.

 

Conforme o órgão, a condução havia sido determinada em outubro e agendada na quinta-feira (21), dois dias antes do incidente na instituição carcerária. Trata-se de um dos líderes de organização criminosa atuante na capital gaúcha e que entre seus rivais um grupo que era liderado pelo detento assassinado.

 

Já o o suposto executor, vinculado à mesma facção do colega transferido, permanece no Estado. No ataque de sábado, ele teria utilizado uma pistola enviada à cela dele por meio de um drone, mas o caso ainda é investigado.

 

 

 

 

 

 

 

 

Governo gaúcho

 

Na segunda-feira (25), o governo gaúcho anunciou o afastamento temporário do diretor e de quatro servidores da Penitenciária de Canoas onde se deu o incidente. A determinação é válida enquanto durar a investigação.

 

Na lista estão o chefe de segurança, dois supervisores de plantão e o agente encarregado da galeria no turno em que foi cometida a execução – a suspeita é de que a arma utilizada tenha sido fornecida ao atirador por meio de um drone.

 

Conforme explicou o vice-governador Gabriel Souza, o afastamento não representa punição, nem pressupõe culpa dos servidores. O objetivo é garantir a total lisura da apuração, que pode inclusive resultar no retorno dos servidores: “Queremos é uma apuração isenta e rigorosa, para entender o que aconteceu”.

 

O atual diretor-adjunto do Departamento de Segurança e Execução Penal da Polícia Penal, Clédio Muller, assumirá provisoriamente a diretoria do complexo durante o período. Os demais servidores também serão substituídos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Outras providências

 

Também foram determinados novos procedimentos para coibir o avanço da criminalidade no sistema prisional. Além de três revistas diárias dentro da galeria onde foi cometido o homicídio, serão realizadas varreduras em outras unidades prisionais do Estado.

 

Também nessa segunda-feira, o vice-governador assinou contratos para construção de duas novas casas prisionais em Passo Fundo (Região Norte do Estado) e São Borja (Fronteira-Oeste), cada uma com capacidade para 800 vagas. Os investimentos somam R$ 150 milhões.

 

“São fatos gravíssimos, que demandam uma resposta vigorosa e efetiva por parte do governo. Imediatamente, já no domingo, deslocamos mais de 500 policiais militares para reforçar a segurança das ruas das cidades de Porto Alegre e de toda a Região Metropolitana”, acrescentou Souza ao se referir a uma eventual escalada do confronto entre facções por causa do crime.

 

O titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Sandro Caron, frisou que o setor de inteligência em segurança pública está mobilizado, assim como o Batalhão de Aviação da Brigada Militar:

 

“As forças de segurança estão realizando diligências no sentido de detectar alguma tentativa de investida entre grupos criminosos, além de estarem trabalhando para garantir a segurança da população em Porto Alegre e na Região Metropolitana”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ministério Público

 

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas (Caocrim) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Alessandra Moura Bastian da Cunha, declarou que a instituição sempre foi contrária à permanência dos envolvidos no incidente permanecessem no sistema prisional gaúcho.

 

Ela ressalta que o órgão “tem atuado fortemente para que eles retornassem ao sistema penitenciário federal, uma vez que são líderes de facções e com grande periculosidade”.

 

Por meio de recurso judicial, o MPRS já havia se manifestado contra as presenças, na Penitenciária de Canoas, do detento que acabaria morto e do suspeito de ser o mandante da execução.




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