O plano de construção de um porto privado na orla de Arroio do Sal (Litoral Norte gaúcho) está na pauta de uma reunião-almoço, nesta sexta-feira (18), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. Dentre as presenças confirmadas está a do ministro de Comunicação Social, Paulo Pimenta, que deve anunciar medidas para viabilização da obra.
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou há um ano o projeto, da empresa Porto Meridional Participações S.A. O parecer favorável diz respeito à construção e funcionamento do terminal, mas o avanço da iniciativa depende de licenciamento por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por exemplo.
Dentre os aspectos mais sensíveis do projeto está a rede de esgoto da região, algo que pode ser afetado caso se construa um porto. O plano prevê um investimento privado de aproximadamente R$ 6 bilhões na tornar realidade a estrutura, cuja movimentação prevista é até 40 mil toneladas de cargas por ano.
Com a palavra…
O presidente da Fiergs, Claudio Bier, tem reforçado a importância do anúncio de assinatura do contrato para a construção do porto de Arroio do Sal. Segundo ele, a iniciativa é importante para diversificar a oferta de estrutura logística do Rio Grande do Sul, hoje baseado somente em Rio Grande.
Recentemente, ele frisou que a indústria gaúcha mantém forte conexão com o mercado externo, sendo a via marítima o principal meio de transporte para as exportações brasileiras:
“A logística é um dos elementos que mais impactam a competitividade industrial gaúcha. Temos um complexo portuário de excelência e um dos que mais movimentam cargas no Brasil. Santa Catarina, por exemplo, possui cinco portos significativos, contribuindo para maior concorrência, especialização e competitividade”.
Dos US$ 16,8 bilhões em vendas externas da indústria gaúcha de transformação no ano passado, US$ 13,4 bilhões se deram no âmbito dessa forma de escoamento, o que representa cerca de 80% – as rodovias respondem por 16%, ao passo que o sistema aéreo demanda 4%.
“A adição de mais uma alternativa portuária pode fortalecer ainda mais os laços da indústria gaúcha com o mercado internacional, além de facilitar a importação de insumos essenciais para o processo produtivo”, sublinhou o dirigente.
Bier acrescentou que o investimento na ordem de R$ 1,3 bilhão para obras iniciais, que deverão alcançar mais R$ 4,7 bilhões para estruturas complementares, gerarão cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos: “Some-se a isso o estímulo à atividade econômica de forma geral”.